Às vezes você precisa de um tempo sozinho para refletir a respeito da sua vida, concorda? De um lugar onde não tenha mais ninguém além de você.
Isso pode parecer aterrorizante para muita gente, mas para outas muitas, é apenas um desejo distante. Imagine-se em uma ilha deserta, sozinho 24 horas por dia, durante 4 anos. Isso foi o que aconteceu com Chuck Noland, o personagem interpretado pelo ator Tom Hanks. E hoje no Roteiro Esmiuçado, vamos falar do filme de grande sucesso mundial, de aventura/drama, Náufrago.
Produzido no ano 2000, dirigido por Robert Zemeckis, Náufrago é para mim, o maior sucesso do ator Tom Hanks. A princípio, pode-se dizer que o longa-metragem é pouco monótono em boa parte da sua história, mas as pessoas tendem a mudar de opinião depois que entendem o conceito do filme.
Chuck Noland é casado com Kelly Frears (Helen Hunt), e é um funcionário executivo da FedEx, ele está sempre viajando a trabalho, para checar escritórios da empresa espalhados pelo mundo. Em uma de suas viagens, em rumo a Malásia, o avião particular da empresa sofre um acidente, e Chuck é o único sobrevivente do desastre.
Nosso executivo vai parar em uma ilha deserta, extremamente afastada de tudo. Ele torna-se então, uma espécie de rei da ilha. Agora pense um pouco que situação caótica que esse homem se meteu. Um executivo que provavelmente, andava de sapato social na praia, agora encontra-se sozinho naquela situação.
Chuck teve que reaprender a viver naquele lugar, pois qualquer conhecimento acadêmico que possuía, não lhe serviria de nada em seu "novo mundo". Mas como você deve saber, muitas invenções se deram devido a necessidade, e nosso querido aventureiro, por assim dizer, logo deu um jeito de improvisar sapatos e até uma faca, ao usar um patins próprio para gelo.
A vida do executivo que provavelmente era cheia de regalias, agora se tornou um grande pesadelo. Até mesmo para conseguir fogo, para fazer fogueira, podendo assim se aquecer nas noites frias, e como serventia para o cozimento de peixes (pois é, Chuck também teve que aprender a pescar), passou a ser um árduo trabalho, inclusive em um certo momento, o coitado acaba com um grande ferimento na mão.
Todas as vezes que eu assisto a este filme, eu me pergunto o que eu faria se estivesse na maesma situação de Tom Hanks, em Náufrago. Será que eu conseguiria aprender a fazer fogo e a pescar para não morrer de fome? Não sei dizer, mas como dito acima, grandes invenções se deram pela necessidade...
Em busca de algo que pudesse chamar de abrigo, Chuck encontra uma caverna, ali ele pôde ao menos se proteger das chuvas, e se esquivar um pouco do frio. Ali também, era o momento dele se recordar, com profundo sentimentalismo, de sua querida Kelly.
Ele passava boa parte da noite, olhando para uma pequena fotografia, que conseguiu resgatar do desastre aéreo, iluminando-a com uma pequena lanterna, daquelas que se encontram no camelô.
Algo que eu acho que posso chamar de cômico, é Wilson, uma bola que acaba se tornando uma espécie de companheira de Chuck. Isso mesmo! O homem chega até a desenhar com seu próprio sangue, um rosto na bola de futebol.
Ele conversa com a bola, faz perguntas... mas a grande verdade por trás de Wilson, ao meu ver, é a solidão que o personagem de Tom Hanks está sentindo, e aquela bola nada mais é, do que um simples refrigério, para que o pobre solitário possa digerir toda a situação tão complexa e aparentemente sem saída.
Passam-se dias, semanas, meses e anos naquela ilha deserta, até que um projeto, que nosso simpático e sofrido personagem estava trabalhando há um bom tempo, ganha vida, e ele tentará assim então, se livrar daquele lugar que teve como casa nos últimos quatro anos de sua vida.
O projeto é basicamente uma jangada, construído por ele, com tudo o que pôde encontrar na ilha e poderia ser usado como material, inclusive parte do avião, que acabou servindo como vela.
Assim então o nosso homem caiu no mar, sem saber qual seria o seu destino, ou até mesmo se sobreviveria em meio a tantos riscos que teria que correr. Mas por outro lado, ele sabia que aquela era sua única chance de encontrar socorro. Ele deu uma última olhada para a ilha, e se viu aafastando de um lugar que certamente nunca mais desejaria voltar (apesar da linda paisagem).
Sob o Sol ardente o dia todo, deitado em sua jangada, Chuck passou dias boiando no oceano, e como não poderia ser diferente após tantos anos juntos, tudo o que tinha era a companhia de Wilson, sua amiga bola, pois ele fez questão de levá-la amarrada em seu projeto.
Sem dúvidas alguma, pelo menos para mim, o momento mais triste e dramático do longa-metragem, é quando Chuck já desidratado e extremamente magro, acorda e percebe que Wilson não estava mais em sua companhia. Ele procura desesperadamente pelo seu amigo, e enfim o avista boiando já distante, mas mesmo pulando na água na tentativa de resgatar seu companheiro dos últimos 4 anos, ele não consegue.
Ele então chora copiosamente, mas como você deve já ter ouvido por aí, não necessariamente pela perda de Wilson, e sim porque ele estava usando aquela bola, como uma espécie de "ombro amigo", alguém com quem ele pudesse partilhar seu sofrimento. Porque não se esqueça, o executivo apenas saiu da ilha, mas ainda não estava salvo.
O momento em que consegue o tão almejado resgate, acontece quando Chuck nem espera, muito pelo contrário, ele estava mais uma vez dormindo, quando um navio cargueiro o avista boaindo em sua jangada, que àquela altura, já estava aos pedaços.
Emfim de volta ao mundo, por assim dizer, Chuck Noland teve que saber se encaixar na continuidade da sua vida, que inevitavelmente sofreram mudanças. Sua tão amada esposa Kelly, já havia se casado novamente (porque obviamente acreditava que ele já estava morto).
Chuck ainda se presenteou com um, aparentemente, último encontro com sua agora ex-esposa, conversaram um pouco, pegou na garagem de Kelly o seu carro que não dirigia a 4 anos e se despediu. Com uma cena que é de cortar o coração.
Dias passados, e na estrada, o ex-funcionário da FedEx agora decide seu novo rumo, não antes de fazer uma última entrega, que na verdade deveria ter sido feita 4 anos atrás. Ele entrega em uma residência, Wilson, a mesma marca da bola que teve como companhia por tanto tempo.
Este é de fato, um filme que me traz muitas reflexões. Me fez e ainda me faz pensar na vida. Como as coisas podem mudar drasticamente de uma hora para outra.
Mas e você? O que tem a dizer desse grande filme estrelado por Tom Hanks? Como acha que se sairia numa situação semelhante a que passou Chuck Noland durante aqueles 4 anos? Deixe aí nos comentários o que tem a declarar.
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